Perspectivas para 2015 - imagem: Tetra ImagesInfelizmente, é muito chato começar um post de perspectivas para o novo ano com a palavra infelizmente. Realmente gostaria que o ambiente empresarial brasileiro estivesse como as pessoas que aparecem na foto que ilustra esse post, com o sol brilhando em um almoço de fim de semana. Mas, infelizmente, se nos anos anteriores apesar das dificuldades eu ainda via algumas perspectivas como positivas, para esse ano de 2015 eu já sou bem mais cauteloso.

Este ano será mais difícil que aquele que terminou – e 2014 não foi um ano fácil para ninguém, com os negócios em baixa, dificuldades durante a Copa e mercado parado durante a campanha eleitoral. Todo o cuidado é pouco em anos difíceis e planejamento será essencial, de novo e em dose ainda maior. Quando o mercado está em dificuldades, as chances de que algo dê errado aumentam e os tombos são maiores. Então, vamos aos meus palpites nas perspectivas para o e-commerce no Brasil em 2015;

  • o mercado vai enfrentar uma retração mais acentuada e ela deve durar ao menos dois anos. Ainda que o governo despeje dinheiro na economia (e não o fará porque isso terá consequência direta na inflação), a baixa poupança do brasileiro somada às dívidas feitas entre dois e três anos atrás, impedirá que o consumo mantenha seu ritmo. Sem consumo, sem produção, sem vendas, sem empregos. Até que a roda volte a girar, passaremos tempos um pouco menos fáceis.
  • o mercado retrair não quer dizer que você, lojista, não venderá nada. Mas novamente mercados retraídos e economias em baixa significam cautela e estudo. Não é hora de você jogar dinheiro pela janela nem investir em projetos com risco elevado. Os próximos dois anos serão os anos dos projetos elaborados, com planejamento cautelosos e cuidado na hora de tomar decisões.
  • todo mercado tem segmentos que sentem menos a crise e é hora de procurar por esses mercados. Talvez na mesma área em que você atua hoje, bastando pequenos reposicionamentos de modo a buscar por consumidores que estejam preparados para continuar comprando. Pesquise e você os encontrará.
  • há uma chance de que as desonerações propostas pelo governo para vários segmentos da economia facilitem um pouco a vida dos empresários. De qualquer forma, os impostos seguem aí e corroem boa parte do lucro. Inteligência fiscal será importante, evitando pagar impostos em duplicidade e principalmente não achando que sonegar é o caminho em um país complicado como o nosso.
  • uma previsão é certa e não tenho medo nenhum de dizer porque não errarei: mais e mais brasileiros acharão que a vida de empreendedor é simples, que é fácil abrir uma loja virtual e ficar milionário com marketplaces é a moda. Esses brasileiros quebrarão a cara ao perceber que não era nada disso – e talvez, depois de ter gasto dezenas de milhares de reais em projetos equivocados e com desenvolvedores que desapareceram.

Reforçando, não é porque estamos em crise que você deve suspender tudo e deixar de investir. Momentos de crise apenas servem para nos educar e alertar, fazendo com que sejamos mais conscientes e prudentes em nossas decisões. Aliás, consciência e prudência são características de qualquer empreendedor ainda que a maioria tenha sido educada para achar que empreendedor é aquele que arrisca tudo, sem pensar nem refletir.

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André Gugliotti

André Gugliotti é uma das referências em Magento no Brasil, autor dos livros "Lojas Virtuais com Magento", "Temas em Magento" e "Módulos para Magento". Nesse blog, ele fala sobre e-commerce e marketing digital, ensinando como montar e gerenciar sua loja virtual.

2 Comments

Andre Gugliotti · 07/01/2015 at 07:24

Complementando o post: o Governo não tem dinheiro nem pra suas contas quanto mais pra injetar dinheiro na economia. Sem incentivos e passos lentos para a desoneração em 2015. Sucesso aos empreendedores!

Uriel Cardoso · 30/01/2015 at 00:48

Reflexo de um país em que o planejamento, se podemos chamar assim está carregado de corrupção, onde crime-planejam seus interesses pessoais frente aos interesses coletivos.A maior vantagem competitiva está na informação, como o André já falou, inteligência fiscal é boa, o lojista virtual que almeja ser grande pode começar pequeno e pagando cerca de 1/3 das alíquotas de impostos de um grande e nesse período de evolução ( 2 anos ruins na economia ) criar musculatura profissional para dar passos mais assertivos e com menor risco a Companhia.

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